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Você sabe o que é Gerenciamento Holístico? (Jeep F84)
12/09/2015 - Por alberto nagib vasconcellos miguelAtenção: Os textos e artigos reproduzidos nesta seção são de responsabilidade dos autores. O conteúdo publicado não reflete, necessariamente, a opinião da ADEALQ.

Gerenciamento Holístico. Parece algo esotérico, mas
não é. O termo holismo vem do grego “holos”, que significa “todo”. Assim,
Gerenciamento Holístico é o Gerenciamento de um “todo”.
Este termo foi utilizado pela primeira vez na era
moderna por um general sul africano de nome Jan Christian Smuts, que escreveu o
livro “Holism and Evolution” em 1926.
Depois disto, o termo foi “ressuscitado” por Allan
Savory, que escreveu os fundamentos de Gerenciamento Holístico junto com
milhares de praticantes desta forma de gerenciamento, que tem como uma de suas
características o dinamismo de suas propostas, evoluindo a toda hora para
solucionar os problemas mais profundos de nosso campo, que é a base de
sustentação de uma sociedade estável.
Mas o que é, realmente, Gerenciamento Holístico?
É uma ferramenta para usarmos na nossa tomada de
decisão, que vai garantir que sejamos economicamente viáveis, ambientalmente
corretos e socialmente justos hoje e pelo futuro, indefinidamente. Ou seja, que
sejamos sustentáveis indefinidamente.
Todos nós somos forçados a tomar decisões várias vezes
ao dia, milhares de vezes ao ano, ao longo de nossas vidas. E tomamos estas
decisões baseados basicamente em parâmetros como emoção, finanças,
educação, pressão de colegas, pressão da sociedade, pressão da família,
racionalização, fuga, pesquisa convencional, sexto sentido, preocupações
legais, fluxo de caixa, intuição etc.
Ao final
deste processo de pensamento acabamos constantemente com duas, três, quatro ao
mais ações que ainda podem ser tomadas para a solução da situação, mas não
temos algo que possa garantir nossa sustentabilidade nesta tomada de decisão.
Gerenciamento Holístico vem ajudar neste processo, por
meio de questões (testes) dentro de sete diretrizes.
Cada uma destas diretrizes vem satisfazer uma
determinada parcela de uma situação referente ao “todo” que está sendo
manejado. Mas para que estas diretrizes dêem o resultado esperado é necessário
que tenhamos um “Norte” para nos guiar. Senão, vejamos:
Se eu chegar para você e falar que estou levando fogo
para sua casa, qual será sua reação? Talvez você fale para não levar, por medo
de ter sua casa incendiada. Mas se a razão pela qual estou indo para sua casa é
para participar de um churrasco, então temos um “norte” e você de bom grado vai
aceitar a minha oferta.
O mesmo acontece com nossas decisões diárias. Elas são
tomadas normalmente sem um foco em um “norte”, mas sim na tentativa de se
resolver um problema especifico. Se tivéssemos este “norte” ficaria muito mais
fácil decidir qual ação nos levaria mais rápido a ele, facilitando nossa
decisão. A este “norte” damos o nome de Contexto Holístico.
Para se construir um Contexto Holístico em um “todo”
qualquer precisaremos de alguns parâmetros, que devem se encaixar em quatro
preceitos:
- Declaração de Propósito
- Qualidade de Vida
- Formas de Produção
- Futura Base de Recursos
Com estes preceitos nós normatizamos o nosso Contexto
Holístico, contra o qual iremos testar cada ação possível de ser implementada,
depois de testá-las com as diretrizes.
E que diretrizes são estas? Aqui vão elas:
- Causa e Efeito
- Elo Fraco (financeiro, biológico, social)
- Reação Marginal
- Análise do Lucro Bruto
- Energia e Dinheiro: Usos e Fontes
- Sustentabilidade
- Sociedade e Cultura
Estas diretrizes vão garantir que para aquele
determinado “todo” que está sob nosso gerenciamento, a tomada de decisão será a
que melhor vai trazer benefícios econômicos, ambientais e sociais para todas as
pessoas e propriedades (urbanas ou rurais, públicas ou privadas) envolvidas.
Toda vez que interferimos na natureza, através de
nossas ações, estamos interferindo em um dos processos fundamentais dos
ecossistemas, que são: ciclo da água, ciclo de nutrientes, dinâmica de
comunidades e fluxo de energia. Se causarmos
uma mudança em um deles certamente teremos causado mudanças nos outros. Assim é
preciso vigiarmos com muita atenção, através de Pontos Críticos de Controle
(PCC’s) se a alteração estará melhorando ou piorando nosso sistema de produção.
Interferimos no ambiente com o uso de ferramentas.
Estas ferramentas, quaisquer uma que vier à sua mente, recaem em nove grupos.
São eles:
- Criatividade
- Capital e Trabalho
- Fogo
- Pastejo
- Impacto Animal
- Organismos Vivos
- Tecnologia
- Descanso
Cada uma destas ferramentas interferirá diferentemente
em cada “todo”, mesmo que sejam usadas na mesma quantidade, intensidade ou
momento. Por isso é tão importante que se conheça o todo profundamente, antes
que apliquemos qualquer uma delas.
Se você se interessou pelo assunto, venha participar
do Primeiro Curso de Introdução ao Gerenciamento Holístico no Brasil, pelo
PECEGE, na ESALQ, nos dias 4,5,7 e 8 de dezembro, onde você vai aprender como
usar esta ferramenta no seu dia a dia, na sua empresa, na sua propriedade
rural. Abaixo o link para o curso.
http://www.pecege.org.br/educacao/cursos-de-curta-duracao-1/introducao-ao-gerenciamento-holistico
Vocês podem conhecer um pouco mais de Gerenciamento
Holístico acessando o blog:
www.gerenciamentoholistico.blogspot.com
Aos que quiserem me contatar diretamente, meu email:
Estou à disposição de todos.
Abraços Esalqueanos
Alberto Nagib de Vasconcellos Miguel (Jeep - F84) Engenheiro Agrônomo, possui Mestrado lato sensu em Perícias de Engenharia e Avaliações,trabalha com Agropecuária Sustentável, com ênfase em Manejo Sustentável de Pastagens e Produção Animal Sustentável. Atualmente mora em Calgary no Canadá desde 2004, esta pelo Brasil difundindo Gerenciamento Holístico. Foi Representante Discente no Departamento de Física, Ex-morador das Repúblicas Curral e Arado.